Desde que regressei de férias que ainda não tive tempo para me sentar, olhar bem fixo para o meu blog e desatar a escrever, mas hoje, finalmente parece que o consegui.
É feriado, mas há trabalho. Mais um dia em que me levantei eram 06h00 da manhã, apanhei o primeiro comboio e vim para a Rádio, falar, falar e falar... Ás 12h00 espero estar a caminho de casa.
Ainda não vos contei, mas já estou a escrever o meu livro, até já tem nome! Mas isso ainda é surpresa... Os meus últimos dias têm sido divididos entre o trabalho, o livro e o ginásio... O Sr. Morango tem ficado um pouco de fora, mas mesmo assim não por completo...
Quando vinha no comboio pensava nos milhões de pessoas que estão de fim-de-semana prolongado e que àquela hora ainda mergulhavam, talvez, num sono profundo.
O meu, foi leve demais, as noites ficam divididas entre sonhos e pesadelos, entre idas á casa de banho e copos de água, entre pensamentos do ontem e do amanhã, entre ânsias e desejos, entre o futuro e o presente. Por vezes a cabeça está tão confusa, que passo horas, sem me aperceber, ali a olhar o tecto do meu quarto por entre uma escuridão aclarada pelas luzes da rua.
Não tenho conseguido expressar o que penso nos meus desenhos e o meu caderno sem linhas até já está a ganhar pó, ali juntamente com os maravilhosos lápis de todas as cores e de todos os números, com as canetas de tinta da china e as aguarelas, com as folhas de todas as variedades e os livros de arte. É dificil, quando não temos tempo para aquilo que mais gostamos e a arte requer muito tempo e paciência, o que eu, infelizmente, não tenho tido.
Nas minhas longas viagens de comboio, dou por mim 90% das vezes a pensar como queria colocar uma mochila ás costas, dizer adeus a todo o que já não me prende aqui e sair pelo mundo, lavrar conhecimentos, comunicar, passear, ver lugares e culturas diferentes e sobretudo amadurecer mais e fotografar muito. Mas tudo se estraga quando penso no "mas"... "Mas não dá", "Mas não pode ser", "Mas... Mas... Mas..." uma das palavras que eu mais detesto, mas que eu tenho usado muito... Like Now!
Os dias chegam ao fim e eu fico com a sensação de que nada que eu fiz, gostei, fico com a sensação que me falta sempre algo... Algo que eu já tive em tempos e que agora não tenho.
Os dias acabam e as noites mal dormidas começam, e chegam outras e outros e a sensação que fica é sempre a mesma.
O meu coração está pálido, mas o sorriso, por vezes fictício, permanece, porque assim tem de ser...
Boa Páscoa!