De todas as experiências que tenho com os serviços públicos ou semi-públicos ou coisa que os valham, as piores são nos CTT. É claro que está relacionado com o facto de eu ir lá muitas vezes, mais que a outras instituições do género, mas também é claro que está relacionado com a minha falta de paciência para esperar por um simples selo numa carta.
Vá, venham vossas senhorias dizer-me que há uma "maquininha" localizada no exterior da agência para imprimir selos. Mas esses, minhas senhorias, só servem para quando nós temos a certeza do peso da carta e quando ela não ultrapassa as 50g, ou seja, raramente nos serve de alguma coisa. No entanto há que realçar que sempre que posso a "maquininha" é a minha primeira opção. O problema é que não o é para muitos e muitos devem confundi-la com um telefone público. Portugal is Portugal.
Mas venho eu falar das excelentes vivências que realizo quando me dirijo aos CTT, ora aborreço-me porque a funcionária não sabe sequer explicar a um cliente como é que funciona um determinado produto, ora aborreço-me porque "já estou de saída, não atendo mais ninguém", ora aborreço-me porque são 17h sou o 580 e ainda vai no 415.
Mas também me aborreço por coisas estúpidas, ou ainda mais estúpidas, ao ponto de me fazerem falar alto e pôr toda a gente a olhar para mim (sim, não é de mim, mas às vezes...). Ainda ontem enquanto esperava, um sujeito entrou na agência e pediu a toda a gente para passar à frente porque queria apenas comprar um envelope (não deve saber da existência de papelarias), mas vá, a simpatia ultrapassou o stress de espera e toda a gente concordou. Mas eis que quando ele pede à funcionária o tal envelope, ela cruza os braços e diz: "ai só lhe dou o envelope se as pessoas concordarem em passar à frente. 235!". O 235 não apareceu e ela volta a cruzar os braços enquanto o senhor diz que já havia pedido e que lhe dê o envelope. A cassete gira novamente a mesma frase e o cruzar de braços descansado mantém-se, enquanto todos esperam que haja avanço na chamada. Pois vocês acreditam que a senhora manteve-se assim, calma para a vida, enquanto a agência estava cheia, decerto à espera que as pessoas respondessem um SIM em sinfonia??
Pois. Só fez pausa no seu descanso quando eu, Lidia Marie, disse a alto e a bom som "Despache lá isso! ande lá que nós estamos à espera. Por amor de deus, tanta coisa por causa de um simples envelope? Venda lá o envelope e avance!!"
Nem mais um cruzar de braços se sentiu e a "chamada" voltou à sua regularidade. Em 2 segundos o senhor comprou e saiu com o envelope. Creio que ela tenha demorado mais tempo a pensar e agir do que a vender o maldito envelope, terá sido por não saber o significado da palavra "prático"?
Enquanto isso eu perdi mais uns momentos da minha jovialidade facial.