27 de novembro de 2012

Uma teoria sobre... a curiosidade!

Sempre ouvi dizer que foi "a curiosidade que matou o gato" e eu não gosto da curiosidade, ou, de pessoas curiosas. A extrema curiosidade irrita-me facilmente, eleva um bocadinho a eletricidade estática dos meus cabelos, transpira-me as pontas dos dedos, avermelha-me as bochechas.

Por me despreocupar com aquilo que os outros fazem ou deixam de fazer, como fazem ou pensam fazer, nunca compreendi essa extrema curiosidade das pessoas em querer saber tudo e mais alguma coisa, sobre precisamente, tudo e mais alguma coisa.

Mas há curiosos e curiosos. Há aqueles que têm um grau de curiosidade muito sublime, uma coisa discreta e sobre coisas pouco pormenorizadas. Como por exemplo: "gosto dos teus sapatos. onde compras-te?". A esta curiosidade eu respondo sem grandes exaltações, sem pensar. É aquela curiosidade que não prejudica ninguém, que não tirará anos de juventude ao meu rosto.

Mas há a curiosidade contrária, aquela que nos "leva aos arames". Por exemplo: "gosto dos teus sapatos, como compras-te? onde compras-te? tens dinheiro para isso? compras-te com cartão de débito, dinheiro ou crédito? quando compras-te? ai foste ao centro comercial? e o que viste mais? e tinha sapatos iguais em cor-de-rosa? amarelo? estava lá mais alguém? muita gente? e são produto nacional, tailandês ou chinês? sabes os procedimentos que tomam para fazer sapatos desses? são feitos com mão de obra infantil chinesa, juvenil indiana ou à máquina? são em pele ou tecido? são frios? havia muitos modelos? não havia outros? e foste de quê? com quem?......"

Pois.

E lá está, é precisamente esta que me tira anos de juventude, que me fazem levantar os olhos, arregalar. Numa primeira fase quando "levo" com este tipo de inquisições, até tento ser simpática, dar respostas curtas, tentar não brincar com a inteligência da pessoa, demonstrar que não estou muito disposta a responder. Numa segunda fase, posso ter alguma paciência, mas já não respondo. Faço simplesmente que não escutei as perguntas, "ouvidos de mercador", mas normalmente esta vem anexa à 3ª fase, aquela que me leva ao ditado "quem diz o que quer, ouve o que não quer", qualquer coisa como: "Olha lá, mas devo-te satisfações? não tens vidinha própria, não? Mas eu pergunto-te em que feira da ladra compras-te essas calças?".

E é isto. É isto que eu não entendo, esta coisa que leva as pessoas a ter apenas questões no seu vocabulário. Se a curiosidade matou o gato, bem que podia pelo menos dar uns tiros a estas linguas demasiado compridas e faladoras. Não é que eu seja a favor da violência, mas sempre ouvi dizer que a violência psicológica pode ser mais grave que a física, assim sendo além dos tiros, só podia ver outra solução para estas pessoas: uma consulta no Dr. Quintino Aires.


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